Somos a herança de várias gerações; contudo, vivemos a era da geração “nem-nem”, que se preocupa com a sociedade e com aquilo que o outro pensa sobre o estilo de roupa, a maneira de ser, de estar, de falar, de entender, que nos transformou em indivíduos limitantes de uma “sociedade líquida”. Este tema leva-me a levantar a seguinte questão: será que importa o que os outros pensam?
Somos seres construídos por crenças que nos limitam um olhar para além da fachada, para o mundo real.
Todavia, a sociedade vai galopando na espora da globalização, esta que nos empurrou para uma dispatrização, onde o velho dá lugar ao novo e os valores de família ancestral vão-se perdendo, de uma forma rápida, onde as pessoas mudam de casa, de país, do seu espaço com memórias e passam a ser tratadas como coisas e não como seres do mundo, livres para serem aquilo que querem e seguir livremente as suas crenças e os seus ideais.
Em suma, somos uma “geração nem-nem“, nem casa, nem trabalho, nem vontade própria para construímos a nossa história envolta nos valores da família ancestral, porque a globalização mudou as pessoas. Hoje, as pessoas metem tudo numa mochila e vão para outro país, um outro lugar qualquer, construindo novas memórias, mas sempre sem memória dos valores familiares.
Por Manuel Góis / Leça Da Palmeira, Porto, Portugal