Você já ouviu falar sobre a Prisão de Alcatraz? Já foi inspiração para livros e filmes devido a sua importância, diferenciais e polêmicas nos EUA. Está fechada há 50 anos, mas continua dando o que falar. Foi a residência temporária do gângster Al Capone e cenário da fuga mais famosa de todos os tempos. Criminosos célebres cumpriram pena atrás de suas grades e, apesar de ser uma prisão de segurança máxima, foi nela que aconteceu a fuga mais famosa da história, ainda pendente de ser solucionada. Mesmo fechada, Alcatraz continua presente na história da cidade e de toda a América do Norte.

Alcatraz é uma ilha localizada no meio da Baía de São Francisco na Califórnia, Estados Unidos. Inicialmente foi utilizada como base militar, e somente mais tarde foi convertida em uma prisão de segurança máxima. Alcatraz foi uma base militar de 1850 a 1930. Posteriormente, foi adquirida pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em 12 de outubro de 1933, quando sofreu a conversão. Em 1 de janeiro de 1934, foi reinaugurada como uma Prisão Federal. Durante seus 29 anos de existência, a prisão alojou alguns dos maiores criminosos norte-americanos. A prisão foi fechada em 21 de março de 1963, menos de um ano após a primeira fuga realizada na prisão. O governo alegou que o complexo foi fechado devido ao seu alto custo de manutenção, e ao fato de que não garantia uma total segurança, em relação às prisões mais modernas. Era mais fácil e mais barato construir uma prisão nova do que melhorar as condições de Alcatraz.

A prisão de Alcatraz foi construída em uma ilha no meio da baía de São Francisco, perto para os habitantes da cidade, mas muito longe para os que cumpriam pena atrás das grades. Até então, esta grande “Rocha”, como muitos a chamavam, tinha tido um passado conturbado, sendo tanto um forte defensivo como uma prisão militar durante a Guerra Civil dos Estados Unidos, entre 1861 e 1865. No fim do conflito bélico, os soldados abandonaram a ilha com seus canhões e a construção passou a desempenhar sua função mais famosa e a que desperta maior interesse: transformou-se em centro penitenciário federal. Ano após ano, foi abrigando os criminosos mais perigosos do país, a maioria considerada incorrigível. Dentre eles estava Al Capone, o mais famoso de todos.

Muitas foram as tentativas de fuga da prisão de Alcatraz, algumas com mais sucesso do que outras. Isso porque os reclusos eram capturados antes de conseguirem escapar ou porque se afogavam nas águas frias da baía. Para evitar que fugissem, os presos costumavam escutar que, além de estarem geladas, as águas eram morada de sanguinários tubarões. Apesar destas histórias, muitos continuaram tentando. A fuga mais conhecida foi a de Frank Morris e a dos irmãos John e Clarence Anglin, a única que teve êxito. Pelo menos é o que se acredita, já que seus corpos nunca foram encontrados.


O modo como “fugiram” foi bastante original: cavaram um buraco com uma colher em uma das paredes de cal deterioradas pela umidade e que dava acesso a um conduto de ar. Conseguiram distrair os guardas graças a uma cabeça de manequim feita com papel machê e também ao que roubavam do cabeleireiro e colocaram dentro da cama (para que não suspeitassem que tinham fugido). O fato suscitou tanto interesse que foi levado ao cinema em 1979 em um filme dirigido por Don Siegel e protagonizado por Clint Eastwood.

“A Rocha”, de dois quilômetros quadrados de perímetro, é considerada Monumento Histórico Nacional e, em 1972, recebeu a designação de Parque Nacional, sendo administrado pelo Serviço de Parques Nacionais e parte integrante do Parque Nacional Golden Gate. Atualmente, é um museu e uma das atrações mais visitadas de São Francisco. Os antigos pavilhões, em alto estado de erosão, foram alvo de várias restaurações para que pudessem continuar de pé por muitos anos. O motivo de seu fechamento como prisão foram os altos custos de manutenção e os danos que a água causara nos edifícios da ilha. A saída dos presos e dos funcionários para outras penitenciárias encerrou um ciclo, mas as histórias e lendas de fantasmas continuam presentes em suas celas.

CURIOSIDADES

UM VERDADEIRO BIG BROTHER

Seis torres de vigia, feitas de aço e vidro à prova de balas, foram instaladas em pontos estratégicos da ilha. De lá, guardas armados controlavam 24 horas por dia o movimento de Alcatraz. Para não distrair sua atenção, eles eram proibidos de ler ou ouvir rádio em serviço.

RECREIO SEMANAL

Nos fins de semana e feriados, presos com bom comportamento frequentavam um pátio de cimento cercado por paredes de quase 6 metros de altura e arame farpado. Lá, eles passavam várias horas jogando damas, dominó ou esportes, como beisebol ou basquete.

TAREFAS

Trabalhar era um privilégio para os presos com bom comportamento – quem não trabalhava passava o dia inteiro trancado na sua cela, saindo só para as refeições. Boa parte do trampo rolava na lavanderia, onde os presidiários lavavam roupas da prisão e de militares.

PRODUZINDO ENERGIA

Nesse prédio ficava a usina de força, que usava óleo para gerar eletricidade e acionar caldeiras. Nesse local também funcionavam as bombas que retiravam água do mar para combater incêndios e acionar a descarga dos banheiros.

TRANCAFIADOS

Cada cela comum media 3 m de comprimento por 1,5 m de largura. Em seu interior, a cela tinha uma pia com água corrente (e fria), uma privada e uma pequena cama. O sistema de trancas eletrônicas era acionado pelos guardas.

BURACO NEGRO

Presos brigões iam para as 42 celas solitárias do bloco D. Uma delas ganhou o apelido de “cela dos pelados”. Toda de aço, sem pia ou privada (o toalete era um buraco), ela recebia presos nus por um ou dois dias, num ambiente frio e escuro.

ATRÁS DA MURALHA

As celas comuns concentravam-se nos dois andares dos blocos B e C. Essa área tinha 336 celas com capacidade para um homem cada. Mas elas nunca ficaram lotadas: o número de detentos em Alcatraz ficava em torno de 250 homens.

NA MIRA…

Guardas que trabalhavam com os presos não carregavam armas para evitar que elas caíssem em poder dos detentos. Mas nas extremidades do prédio principal havia galerias elevadas com policiais armados que podiam abrir fogo numa emergência.

CARDÁPIO CAPRICHADO

O refeitório era um setor superperigoso, pois os presos podiam usar talheres como armas. Para conter distúrbios, lançadores de gás lacrimogêneo foram instalados no teto do salão. O cardápio era bem variado para evitar rebeliões.

Referências:

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