A recorrência dos assaltos a estabelecimentos comerciais acarreta em prejuízos, mas não é essa a principal consequência dos ataques. Os danos mais profundos são emocionais. Quadros de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e síndrome do pânico são os principais impactos da criminalidade na saúde pública.

Como a violência urbana impacta na saúde?

Se a pessoa tem algum tipo de fragilidade psicológica, isso pode gerar transtornos de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e até síndrome do pânico. Tem pesquisas que indicam o crescimento desses quadros em função da violência urbana. Dependendo da condição psicológica que a pessoa já tem, se ela tem os mecanismos de defesa bem adaptados, a tendência é não ter grandes impactos e a pessoa até vai desenvolver estratégias para lidar com possíveis outras situações.

 Quais são essas estratégias?

O comerciante é obrigado a se preocupar mais com a segurança, não tem outra alternativa. Se o delinquente vê que o lugar é vulnerável, ele vai voltar. Se o sujeito está com as defesas bem estruturadas, ele até pode conviver com essa situação de que eventualmente vai sofrer um assalto e não ter nenhum abalo psicológico com isso. Mas a segurança não é para defender o capital, é para defender a saúde da pessoa.

Quais situações são consideradas de risco psicológico?

Alguém que sofre de estresse pós-traumático, a cena que causou o trauma volta à mente dela constantemente, tem a mesma situação em episódios que não têm o mesmo risco, sonha com aquela cena. Muitas pessoas têm dificuldade de continuar produzindo no trabalho. Voltar ao local, para alguns sujeitos, é muito complicado, tanto que acabam desistindo do próprio negócio. Muitas vezes, o prejuízo financeiro não é muito significativo, o mais complicado é o psicológico da pessoa, o terrorismo psicológico do delinquente, isso é o maior dano.

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